segunda-feira, 16 de novembro de 2015

SEM TI

E então de mim, assim, que ardi? Que faço, se me desfaço e não caio num abraço porque sou cinza não tem céu para se lançar? E então de mim, assim, que caí? Que espero, se quero e não tenho um cálice que me recolha porque sou água e não se seguram gotas de chuva? E então de mim, assim, que me parti? Que digo, se tento e não tenho um alento que me cole os pedaços porque os estilhaços são impossíveis de voltar a ligar? E então de mim, Assim, Sem ti? Onde está o céu para me perder queimada do voo e o cálice para me acolher depois de chorada e a inteligência para me reconstruir? Assim, Sem ti, Em mim…

1 comentário:

  1. Já tinha lido, mas não comentado, este teu excelente naco de prosa.
    Devias escrever mais, muitíssimo mais.
    Querida amiga, tem um boa semana.
    Beijo.

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